sexta-feira, 31 de maio de 2013

DETERMINAÇÃO CROMOSSÔMICA DO SEXO - Sistema XY - Sistema X0 - Sistema ZX - A determinação cromossômica do sexo em abelhas - A cromatina sexual e as anomalias na determinação cromossômica do sexo - GENÉTICA - Biologia - Trabalho Escolar


DETERMINAÇÃO CROMOSSÔMICA DO SEXO


1. Os cromossomos sexuais

Ao se comparar uma célula masculina com uma célula feminina, notam-se diferenças entre os seus cromossomos, que habitualmente se restringem a um par, chamados cromossomos sexuais ou alossomos. Todos os demais, idênticos nas células masculina e feminina, são autossomos. Compare, por exemplo, os cromossomos da mosca-da-fruta macho e da fêmea.

O macho possui um par de cromossomos sexuais no qual um deles é muito maior que o outro. O maior é o cromossomo X, enquanto o outro é o cromossomo Y. No núcleo das células femininas, há um par de cromossomos X, e não há cromossomo Y.

Esse tipo de diferenciação cromossômica só é encontrada nas espécies não-hermafroditas. Animais hermafroditas são aqueles que possuem os sistemas reprodutores masculino e feminino funcionantes em um mesmo indivíduo. A conhecida minhoca é um exemplo: no acasalamento, dois indivíduos se fecundam reciprocamente: os gametas masculinos de um fecundam os gametas femininos de outro, e vice-versa.

Dentre os animais e os vegetais, não é uniforme a presença de dois cromossomos sexuais iguais, nas fêmeas, e dois diferentes, nos machos. Esse achado é observado no homem e nas drosófilas, por exemplo. Cada uma das formas de diferenciação cromossômica entre as células masculinas e femininas é conhecida como um sistema cromossômico de determinação sexual. Os mais conhecidos são os sistemas XY, X0 e ZW.



2. Sistema XY

Nos organismos cuja diferenciação obedece ao sistema XY, o macho possui, em suas células, dois lotes de cromossomos autossomos (representados por 2A) e mais um par de cromossomos sexuais XY. As fêmeas possuem os mesmos dois lotes de autossomos e um par de cromossomos sexuais XX.

O sistema XY de determinação cromossômica do sexo é verificado em mamíferos, em muitos artrópodos e nos vegetais superiores.



Machos: 2A + XY gametas produzidos { A+X e A+Y



Fêmeas: 2A + XX gametas produzidos {A + X



Como os machos geram dois tipos de gametas (A + X e A + Y), o sexo masculino é heterogamético. O sexo feminino é homogamético, pois origina apenas um tipo de gameta (A + X). A determinação do sexo dos descendentes sempre é dependente do ancestral heterogamético. Portanto, é o gameta paterno que determina o sexo do filho.






3. Sistema X0

O sistema de determinação cromossômica do sexo em muitos artrópodos, como besouros e gafanhotos, é conhecido como X0, e o número 0 indica a ausência de um cromossomo. Os machos possuem dois lotes de cromossomos autossomos e mais um cromossomo X, apenas. As fêmeas têm os mesmos dois lotes de autossomos e um par de cromossomos sexuais X.



Machos: 2A + X0 gametas produzidos {A+X e A



Fêmeas: 2A + XX gametas produzidos {A + X



Os machos geram dois tipos de gametas (A + X e A). Logo, o sexo masculino é heterogamético. O sexo feminino é homogamético, porque as fêmeas produzem apenas um tipo de gameta (A + X). O sexo dos descendentes é determinado pelo ancestral heterogamético. Assim como no sistema XY, é o gameta masculino que determina o sexo do descendente.






4. Sistema ZX

Nesse sistema, encontrado em insetos, peixes, anfíbios e aves, há uma inversão em relação aos sistemas anteriormente estudados, pois o sexo masculino é homogamético e o feminino é heterogamético.



Machos: 2A + ZZ gametas produzidos {A + Z



Fêmeas: 2A + ZW gametas produzidos { A+Z e A+W



É o gameta feminino o responsável pela determinação do sexo do filhote.





5. A determinação cromossômica do sexo em abelhas

Nas abelhas, a determinação não segue os padrões habitualmente conhecidos. Os machos resultam do desenvolvimento de óvulos não fecundados, o que se chama partenogênese. Portanto, todas as suas células são haplóides (n), e eles geram espermatozóides por mitose, e não por meiose. As fêmeas são resultantes de fecundação, e são diplóides (2n).

A diferenciação dos zigotos diplóides em operárias (estéreis) e rainhas (férteis) é ambiental, e determinada pelo tipo de alimento fornecido para as larvas em desenvolvimento. As larvas que recebem a dieta básica originam as operárias, responsáveis pela proteção e pela limpeza da colméia, pela procura de alimentos e pela preparação dos favos que irão receber as novas abelhas. As larvas que recebem uma dieta especial, mais rica (a "geléia real"), se transformam em fêmeas férteis, as rainhas.








Podemos observar, no esquema acima, que os gametas gerados pelos machos são cópias perfeitas dos óvulos maternos que os originaram. Um zangão transmite para os seus descendentes todos os genes que recebeu de sua mãe!



6. A cromatina sexual e as anomalias na determinação cromossômica do sexo

Segundo uma hipótese levantada por Mary F. Lyon, pesquisadora britânica, apenas um cromossomo X é ativo, nas células interfásicas. Todos os demais, independentemente de quantos sejam, são inativos e se condensam, podendo ser visualizados como um corpúsculo denso e aproximadamente esférico, localizado junto da face interna da carioteca.








Esse cromossomo X inativo e condensado é chamado de cromatina sexual. O corpúsculo visto ao microscópio é o corpúsculo de Barr. A quantidade de corpúsculos de Barr encontrados em uma célula depende da quantidade total de cromossomos X que ela possui.



no.de corpúsculos de Barr = no. de cromossomos X - 1



Em uma célula masculina normal, com 44 autossomos mais um par de cromossomos sexuais XY:



B = 1 - 1 = zero ou (-)



Em uma célula feminina, na qual há 44 autossomos e um par XX:



B = 2 - 1 = 1 ou (+)



Na pesquisa da cromatina sexual, habitualmente são empregadas células de fácil obtenção, como as da mucosa da boca ou glóbulos brancos. Essa pesquisa é feita quando há dúvida quanto às características sexuais de um indivíduo, como nas malformações dos órgãos sexuais, que não permitem a definição do sexo de um recém-nascido. Outra utilização da pesquisa da cromatina sexual é o estudo das anormalidades na determinação cromossômica do sexo: a trissomia X, a síndrome de Turner e a síndrome de Klinefelter. São decorrentes de um defeito da meiose chamado não-disjunção, a falta de separação de um par de cromossomos durante a anáfase I da meiose que origina um determinado gameta. Ocorre mais freqüentemente com as mulheres, durante a formação de óvulos, do que na espermatogênese, nos homens.

O cariótipo 46, XXX, corresponde à trissomia X. Essas pessoas são do sexo feminino, geralmente férteis. Eventualmente, podem ser portadoras de um certo grau de retardo mental. A pesquisa da cromatina sexual tem resultado positivo (++).

O cariótipo 47, XXY, constitui a síndrome de Klinefelter. São pessoas do sexo masculino, de grande estatura, membros desproporcionalmente longos, testículos atrofiados e estéreis. Trata-se, fenotipicamente, de um homem, mas a pesquisa da cromatina sexual se revela positiva (+).

Pessoas com o cariótipo 45, X0, são portadoras da síndrome de Turner. São mulheres de baixa estatura, com uma prega de pele no pescoço ("pescoço alado"), ovários atrofiados e estéreis. Essas mulheres têm pesquisa de cromatina sexual negativa.









Uma outra aberração da determinação cromossômica do sexo ocorre como conseqüência de um defeito na espermatogênese, que pode gerar um espermatozóide com dois cromossomos Y. Se esse espermatozóide fecundar um óvulo normal (com um cromossomo X), o zigoto resultante terá o cariótipo 47, XYY (síndrome do "duplo Y"). São fenotipicamente homens normais e férteis.

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