terça-feira, 28 de maio de 2013

GREGOR JOHANN MENDEL - EVOLUÇÃO - Biologia - Trabalhos Escolares



GREGOR JOHANN MENDEL

Até meados do século XIX imaginava-se que, se as formas alternativas de determinado caráter se cruzassem geneticamente, o resultado seria uma combinação de todas elas. Mendel, monge e botânico austríaco de origem tcheca, foi o primeiro a demonstrar que não existe herança por combinação: os caracteres permanecem diferenciados e intatos.
Johann Mendel nasceu em Heinzendorf, Áustria, em 22 de julho de 1822. Freqüentou o ginásio de Troppau e estudou dois anos no Instituto de Filosofia de Ormütz, depois Olomouc, hoje na República Tcheca. Em 1843 entrou para o convento dos agostinianos em Brünn, atual Brno, e na época importante centro cultural. Adotou então o nome de Gregor e passou a estudar teologia e línguas.
Em 1847 ordenou-se e em 1851 foi enviado pelo abade à Universidade de Viena para estudar física, matemática e ciências naturais, disciplinas que três anos depois passou a lecionar em Brünn. Nos jardins do convento, em 1856, Mendel iniciou as experiências com hibridação de ervilhas-de-cheiro. Dez anos de estudo forneceram-lhe dados para criar um sistema de contagem dos híbridos resultantes do cruzamento das plantas e, com base na cor e forma da semente, forma da vagem, altura do caule etc., formulou as leis relativas à hereditariedade dos caracteres dominantes e recessivos, cerne de toda a teoria cromossômica da hereditariedade, motivo por que Mendel faz jus ao título de fundador da genética.
Para a enunciação de tais leis, Mendel realizou uma série de cruzamentos com ervilhas durante gerações sucessivas e, mediante a observação do predomínio da cor (verde ou amarela), formulou a primeira lei, chamada lei do monoibridismo, segundo a qual existe nos híbridos uma característica dominante e uma recessiva. Cada caráter é condicionado por um par de fatores (genes), que se separam na formação dos gametas. Depois Mendel fez cruzamentos em que havia dois tipos de características: a cor (amarela ou verde), e a forma (lisa ou rugosa) das sementes.
Baseado na premissa segundo a qual a herança da cor era independente da herança da superfície da semente, enunciou sua segunda lei, chamada lei da recombinação ou da segregação independente, pela qual, num cruzamento em que estejam envolvidos dois ou mais caracteres, os fatores que determinam cada um deles se separam de forma independente durante a formação dos gametas e se recombinam ao acaso, para formar todas as recombinações possíveis.
Os resultados dessas pesquisas foram reunidos em Versuche über Pflanzenhybriden (1865; Experiências sobre híbridos das plantas), e Über einige aus künstlicher Befruchtung gewonnene Hieraciumbastarde (1869; Alguns híbridos do Hieracium obtidos por fecundação artificial), ambos apresentados à Sociedade de Ciências Naturais de Brünn. Esses estudos, no entanto, não tiveram repercussão no meio científico, talvez pelo fato de Mendel ter baseado suas conclusões em material estatístico, numa época em que a matemática ainda não era empregada em biologia. O fato é que a obra de Mendel permaneceu ignorada até o início do século XX, quando alguns botânicos, em pesquisas independentes, chegaram a resultados semelhantes e encontraram as publicações da Sociedade de Brünn. Achava-se entre estes o austríaco Erich Tschermak von Seysenegg, que estudou a genética dos vegetais e redescobriu as esquecidas leis de Mendel sobre a disjunção dos híbridos. Nos Países Baixos, outro botânico, Hugo De Vries, propôs uma nova teoria para o crescimento e evolução das plantas, descobriu o fenômeno da mutação e resgatou as leis de Mendel.
Considerada por Jean Rostand "uma obra-prima da experimentação e da lógica, marcando etapa decisiva no estudo da hereditariedade", a obra do religioso botânico exerceu influência definitiva em áreas como fisiologia, bioquímica, medicina, agricultura e até nas ciências sociais. Eleito abade do mosteiro em 1868, Mendel, sem estímulo para continuar suas pesquisas e sobrecarregado com as funções administrativas, abandonou a atividade científica. Morreu no convento de Brünn em 6 de janeiro de 1884.

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