segunda-feira, 27 de maio de 2013

Máquina de Anticítera - Computadores únicos em suas classe - História - Análise detalhada - Projeto de pesquisa do mecanismo de Anticítera - Quem o construiu? - Outras informações - Características - Reconstruções - Bromley - Gleave - Wright - Carol - Computadores analógicos - História do hardware - História da computação - Informática



Máquina de Anticítera

Esquema da máquina de Anticítera.
A chamada máquina de Anticítera é um artefato que se acredita tratar de um antigo mecanismo para auxílio à navegação.

O mecanismo original está exposto na coleção de bronze do Museu Arqueológico Nacional de Atenas, acompanhado de uma réplica. Outra réplica está exposta no Museu Americano do Computador em Bozeman (Montana), nos Estados Unidos da América.


História


O mecanismo de Anticítera.
Os restos do artefato foram resgatados em 1901, juntamente com várias estátuas e outros objetos, por mergulhadores, à profundidade de aproximadamente 43 metros na costa da ilha grega de Anticítera, entre a ilha de Citera e a de Creta. Datado de 87 a.C., em 17 de maio de 1902, o arqueólogo Spyridon Stais notou que uma das peças de pedra possuía uma roda de engrenagem. Quando o aparelho foi resgatado estava muito corroído e incrustado. Depois de quase dois mil anos, parecia uma pedra esverdeada. Visto que de início as estátuas eram o motivo de todo o entusiasmo, o artefato misterioso não recebeu muita atenção.

O mecanismo foi examinado em 1902, e estava em vários pedaços. Havia rodas denteadas de diferentes tamanhos com dentes triangulares cortados de forma precisa. O artefato parecia um relógio, mas isso era pouco provável porque se acreditava que relógios mecânicos só passaram a ser usados amplamente muito mais tarde1 .

Análise detalhada

Em 1958 o mecanismo foi analisado por Derek J. de Solla Price, um físico que mudou de ramo e tornou-se professor de História na Universidade de Yale. Ele chegou a acreditar que o aparelho era capaz de indicar eventos astronômicos passados ou futuros, como a próxima lua cheia. Percebeu que as inscrições no mostrador se referiam a divisões do calendário - dias, meses e signos do zodíaco. Supôs que deveria haver ponteiros que girassem para indicar as posições dos corpos celestes em períodos diferentes. O professor Price deduziu que a roda denteada maior representava o movimento do Sol e que uma volta correspondia a um ano solar, equivalente a 19 anos terrestres. Se uma outra engrenagem, conectada à primeira, representava o movimento da Lua, daí a proporção entre o número de dentes nas duas rodas deveria refletir o conceito dos gregos antigos sobre as órbitas lunares2 .

Em junho de 1959, o professor Price publicou um artigo sobre o mecanismo na Scientific American enquanto o mecanismo estava apenas sendo inspecionado3 .

Em 1971, o professor Price submeteu o mecanismo a uma análise com o auxílio de raios gama. Os resultados confirmaram as suas teoria de que o aparelho era um calculador astronômico altamente complexo. Ele fez um desenho de como achava que o mecanismo funcionava e publicou suas descobertas em 1974. Escreveu "Não existe nenhum instrumento como este em lugar nenhum... De tudo que sabemos sobre a ciência e tecnologia na era helenística. deveríamos ter chegado à conclusão de que um instrumento assim não poderia existir."4 .

Na ocasião, Price afirmou que o aparelho teria sido construído por Geminus de Rhodes, um astrônomo grego, mas a sua conclusão não foi aceita pelos especialistas à época, que acreditavam que, embora os antigos gregos tivessem o conhecimento para tal máquina, não tinham a habilidade prática e científica necessária para construí-la. Os dados obtidos pela máquina são muito semelhantes aos descritos nos manuscritos de Galileu Galilei e as semelhanças vão além da coincidência, levando a crer que Galileu valeu-se de tal máquina em suas pesquisas.

Projeto de pesquisa do mecanismo de Anticítera


reconstrução do mecanismo de Antikythera no Museu Arqueológico Nacional de Atenas (feita por Robert J. Deroski, com base em Derek J. de Solla Price.
Em 1996 o físico italiano Lucio Russo, professor na Universidade de Roma Tor Vergata, publicou um artigo acrescentando novas luzes à questão. O artigo foi traduzido e publicado em língua inglesa em 2004 sob o título de "The Forgotten Revolution: How Science Was Born in 300 BC and Why it Had to Be Reborn"5 .

A partir de setembro de 2005, a fabricante estadunidense de computadores Hewlett-Packard contribuiu para a pesquisa disponibilizando um sistema de reprodução de imagens, tomógrafo digital, que facilitou a leitura de textos, que haviam se tornado ininteligíveis devido à passagem do tempo.

Essas pesquisas permitiram uma visão melhor do funcionamento do mecanismo. Quando o usuário girava o botão, as engrenagens de pelo menos 30 rodas denteadas ativavam três mostradores nos dois lados do aparelho. Isso permitia que o usuário previsse ciclos astronômicos - incluindo eclipses - em relação ao ciclo de quatro anos dos Jogos Olímpicos e outros jogos pan-helênicos. Esses jogos eram comumente usados como base para a cronologia6

Essas informações eram importantes uma vez que para os povos da Antiguidade o Sol e a Lua eram a base para os calendários agrícolas, além do que os navegadores se orientavam pelas estrelas. Os fenômenos astronômicos influenciavam todas as instituições sociais gregas. Complementarmente, "Para os babilônios antigos, prever eclipses era muito importante, visto que esses fenômenos eram considerados presságios ruins", escreveu Martin Allen, do Projeto de Pesquisa do Mecanismo de Anticítera. "De fato, o mecanismo poderia ser encarado como uma ferramenta política, permitindo que governantes exercessem domínio sobre seus súditos. Foi sugerido que um dos motivos de sabermos tão pouco sobre mecanismos desse tipo é que eles eram mantidos em sigilo por militares e políticos."

O artefato prova que a antiga astronomia e matemática gregas, originadas em grande parte na longa tradição babilônica, eram bem mais avançadas do que até então se imaginava. A revista Nature referiu-o assim: "O antigo mecanismo de Anticítera não apenas desafia nossas suposições sobre o progresso da tecnologia ao longo das eras - ele nos dá novos esclarecimentos sobre a própria História."7 .

Quem o construiu?

O mecanismo de Anticítera não poderia ser o único mecanismo desse tipo. "Não há nenhuma evidência de quaisquer erros", escreveu Martin Allen. "Todas as características mecânicas têm uma função. Não há nenhum furo extra ou vestígios de metal que sugiram modificações feitas pelo fabricante durante o processo de construção do mecanismo. Isso leva à conclusão de que ele deve ter fabricado vários modelos".8

Pesquisas mais recentes revelam que o mostrador que indicava os eclipses continha o nome dos meses. Esses nomes são de origem coríntia. A revista Nature declarou: "As colônias coríntias do noroeste da Grécia ou de Siracusa, na Sicília, são as mais prováveis - a segunda indicando um patrimônio que remonta os dias de Arquimedes."

Aparelhos similares não foram encontrados porque "O bronze é um produto valioso e altamente reciclável", escreveu Allen. "Em resultado disso, antigos achados de bronze são muito raros. Na verdade, muitos deles foram descobertos debaixo da água, onde não eram acessíveis aos que talvez fossem reutilizá-los". "Nós só temos esse [exemplar]", diz um pesquisador, "porque estava fora do alcance de sucateiros".

Foi atribuido a Arquimedes a construção desse aparelho. Sua serventia vai além de guiar naus. Esse aparelho é precioso em calcular a orbita lunar, solar, mais as órbitas de cinco planetas ao redor da terra, além de ser capaz de prever eclipses lunares e solares por séculos a frente. Sua precisão é espantosa visto ter sido produzido por mãos humanas. Chegou a ser considerado uma máquina de previsão do futuro.

A Grécia não só é o berço da civilização ocidental como tambem pode ser considerada o berço da tecnologia ocidental sendo esse aparelho o primeiro computador feito pelo homem. Mais informações podem ser encontradas no documentário do Hístory Chanel.

Outras informações

Em dezembro de 2006, o astrônomo grego Xenofondas Musas, diretor do departamento de Física e Astronomia da Universidade de Atenas, anunciou durante a sua apresentação, em Atenas, que cientistas gregos e estrangeiros haviam decifrado o enigma sobre o maquinismo de Anticítera. Chegou-se à conclusão de que o artefato é um tipo de computador e um aparelho para a astronomia[carece de fontes?].

Entre as novas descobertas, está a de que os povos antigos faziam referências a locais como Alexandria e a Espanha.[carece de fontes?] O artefato de Anticítera podia realizar cálculos de astronomia e determinar a posição dos planetas desde o século I a.C., data que se estima para a sua construção. Os cientistas concordaram que se trata de uma evolução do planetário construído por Arquimedes e das construções megalíticas de Stonehenge, na Inglaterra.[carece de fontes?]

Características

Intensamente estudado entre o final da década de 1950 e o início da década de 1970, o mecanismo é composto por vinte e sete(27) engrenagens de bronze, feitas a mão, e organizadas de modo a representar mecanicamente a órbita da Lua, de outros planetas do Sistema Solar e do próprio Sol. Primitivamente teria sido protegido por uma caixa ou moldura de madeira, constituindo-se no mais antigo computador analógico hoje conhecido.

O artefato é notável porque empregava, já no século I a.C., uma engrenagem diferencial, que se acreditava ter sido inventada apenas no século XVI, e pelo nível de miniaturização e complexidade de suas partes, comparável às de um relógio feito no século XVIII.

Reconstruções

Bromley

Uma reconstrução parcial do artefato foi feita pelo cientista da computação australiano Allan George Bromley (1947–2002) da Universidade de Sydney junto com o relojoeiro Frank Percival. Esse projeto levou Bromley a rever a análise de raios-X feita por Price e fazer novas imagens de raios-X, mais precisas, que foram estudadas pelo aluno de Bromley, Bernard Gardner, em 1993.

Gleave

Posteriormente, John Gleeve, um fabricante de planetários britânico, construiu uma réplica funcional do mecanismo. De acordo com sua reconstrução, o mostrador frontal mostra a progressão anual do Sol e da Lua através das constelações, contrário ao Calendário Egípcio. A parte superior traseira mostra um período de quatro anos e possui mostradores associados que apresentam o Ciclo Metônico de 235 meses sinódicos, que igualam a 19 anos solares de aproximação e distanciamento da Terra. A parte inferior mostra esquemas do ciclo de um único mês sinódico, com um mostrador secundário mostrando o ano lunar de 12 meses sinódicos.

Wright

Outra reconstrução foi feita em 2002 por Michael Wright, engenheiro mecânico curador do Museu da Ciência de Londres, trabalhando com Allan Bromley. Ele analisou o mecanismo usando tomografia linear, a qual podia criar imagens de um plano focal mais direto e, então, visualizar as engrenagens em maiores detalhes. Na reconstrução de Wright, o aparelho não apenas modelava os movimentos do Sol e da Lua, mas de cada corpo celestial conhecido pelos gregos antigos: Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno.

Essa nova reconstrução deu crédito a antigas menções de tais aparelhos. Cícero, no século I a.C., menciona um instrumento "recém-construído por Posidónio, que, a cada revolução reproduz os mesmos movimentos do Sol, da Lua e dos cinco planetas". Tais aparelhos são mencionados em outros lugares também. Também dá crédito à idéia de que havia uma antiga tradição grega na tecnologia de mecânica complexa que foi transmitida pelo mundo árabe, onde aparelhos similares, porém mais simples, foram encontrados posteriormente, e poderiam ter sido entregues ou incorporados aos fabricantes de relógio e guindastes europeus. Alguns cientistas acreditam que os aparelhos não apenas foram utilizados para visualizar corpos celestiais, mas para calcular sua posição para eventos ou nascimentos.[carece de fontes?]

Carol

Em 2010 foi executada uma reconstrução do mecanismo - plenamente funcional - com o recurso a peças LEGO Technic, por Andrew Carol, um engenheiro de programação da Apple9 , confirmando a extrema precisão das duas órbitas solares de aproximação e distanciamento da Terra em intervalos regulares de 11 e 19 anos.

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